Eu faço versos como quem chora
De desalento, de desencanto
Fecho meu livro se por agora
Não tem motivo nenhum de pranto
Meu verso é chama, volúpia ardente
Tristeza esparsa, remorso vão
Corre nas aveias amargo e quente
Cai gota a gota do coração
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca
Eu faço versos como quem morre
MANUEL BANDEIRA
terça-feira, 27 de abril de 2010
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